Sunday, February 3, 2008

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Há em Juan Muñoz um eu que se projecta em todos os outros.
Os outros a servirem de espelho do eu.
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Clonagem plástica.
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Teatro. Narrativa.
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Há apaziguamento. Porém surpresa.
Ainda desconcerto.
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entre a ilusão e o real, todos iguais. Todos diferentes.
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a mesma face, o mesmo sorriso, o mesmo silêncio
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o potencial e o enigma do gesto humano
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riso
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sorriso, sublimação do riso
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o potencial do riso
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potencial de rir de si mesmo, de fazer o outro rir
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inclusão e exclusão
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Do seu trabalho, Muñoz disse... apenas um homem num quarto esperando o nada
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Juan Muñoz, 1953-2001
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towards the corner
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Londres, Tate Modern. Até 27 de Abril
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19 comments:

bettips said...

Da arte incrível do ser. Como se arte fosse também ir na rua, entrar em casa, posição de dormir ou amar.
A casa branca.
Essa é mais que sonho.
Nuvem.
Bjinhos

spring said...

O sorisso da Arte de Juan Munoz oferece-nos a meditação sobre o mundo que nos rodeia.
beijinhos
paula e rui lima

náufrago do tempo e lugar said...

Engenho, arte e estro, ou a sublime criatividade na captação instantânea e oportuna do gesto.

Magníficas esculturas!

Modelares, também, as tuas palavras.

Um abraço.

teresamaremar said...

Bettips,

arte é tudo isso sim, porque é a linguagem que espelha o mundo e a emoção, logo equilíbrio e rotura, harmonia e caos. É dizer o sentir, é sentimento
:)

Gostei da casinha branca :))) daí a ponte que fiz com Bethânia.

teresamaremar said...

Paula e Rui,

pois é... sorriso tolerante, observador, crítico também... perturbador até, pois que não se descortina do que riem, e mais nos interrogamos do eventual pensar que poderia estar por detrás daquele riso/sorriso.
Por vezes, parece um sorriso que nos avalia.
Sorriso solidão e sorriso comunhão.
Sempre o mesmo sorriso mas pleno de significadoS.

teresamaremar said...

Peregrino,

é o engenho de fazer o diferente pegando no quotidiano.
As esculturas são um nadinha menores que o homem. Algo também a dar que pensar... porquê uma dimensão apenas um tudo nada menor?!

teresamaremar said...

E sabem que existem também no Porto? Jardim da Cordoaria, perto do Hospital de Santo António.

Vandalizadas que estavam há um ano atrás, pintaram os rostos de azul. Não sei se, entretanto, foram restauradas.

Luís Galego said...

todos iguais. Todos diferentes.

e o que me apetecia ir já a Londres ver tudo isto...

teresamaremar said...

Pois é Luís, impressionam e encantam, ainda que semelhantes, prendem e pedem demora. Pena ele, Muñoz, ter falecido tão cedo...

bom feriado.

Anonymous said...

Picasso...Dali...Chaplin...Velasquez...Mozart...Einstein...Turner...Rodin...

Morreram?

Muñoz também não.


rigoletto

teresamaremar said...

Boa-noite Rigoletto

é verdade, não morre o artista enquanto a obra vive. Porém, quando desaparece o artista, o potencial criativo, fico sempre a pensar no que levou consigo, em quanto teria ainda para dar e de que ficamos privados.


Continuação de bom feriado

APC said...

Eis a captação instanânea do gesto na forma mais pura!
Desvendando/nos
Beijo

teresamaremar said...

É impossível olhá-las e ficar-lhes indiferente, Spectrum

resto de boa semana

Haddock said...

excelente!
muito exigente em espaço...

Emma Larbos said...

Vim espreita, Teresa Marítima, e gostei do blogue e do Muñoz, que não conhecia.
Não sei porquê lembrou-me o exército em terracota do imperador Qin. Sempre impressionante a reprodução de nós em tamanho natural.

teresamaremar said...

Boa noite Emma :)

remetem-nos, sem dúvida, para as figuras de terracota


Obrigada :) resto de bom fim de semana

Anonymous said...

perfeito!

A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade.
Carlos Drummond de Andrade

teresamaremar said...

Olá Elisabete :)

quando lembro Drummond sempre me vem uma entrevista dada por ele há muitos anos. Nela ele contou um episódio muito engraçado, referindo-se às crianças e em quanto estas o fascinavam.

Dizia que, passando por um pequenito cuja mãe passeava no carrito, ele, Drummond lhe acenara um adeus, e ficara maravilhado porque o garoto, que trazia nas mãos um brinquedito, não podendo acenar com a mão, mexe o pézito de um lado para o outro :)

o Reverso said...

comecei a subir a partir do post de 6 de janeiro. (os outros já tinha visitado, embora, se bem me lembro, sem comentar); e foi um deslumbramento.