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O retrato é, desde o Renascimento, o meio de representação do carácter psicológico. Assim como à infância se dava pouca importância, as crianças eram consideradas insignificantes. Mera fase necessária a ser vivida para chegar à idade adulta, as crianças importavam enquanto promessa de futuro.
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Os retratos de meninos e meninas, onde o vestir não é, por vezes, diferente do dos adultos, mostram a frescura e candura da inocência. Atentos à sua sensibilidade e personalidade, os pintores que os registaram mudaram, para sempre, a percepção da infância.
Os retratos de meninos e meninas, onde o vestir não é, por vezes, diferente do dos adultos, mostram a frescura e candura da inocência. Atentos à sua sensibilidade e personalidade, os pintores que os registaram mudaram, para sempre, a percepção da infância.
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Nas imagens que se seguem, as crianças não surgem como acompanhantes de adultos, mas como indivíduos, dotados de carácter. Não são secundários pequenos seres em crescimento. As imagens dignificam-nos. E não terão sido fáceis de realizar.
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Nas imagens que se seguem, as crianças não surgem como acompanhantes de adultos, mas como indivíduos, dotados de carácter. Não são secundários pequenos seres em crescimento. As imagens dignificam-nos. E não terão sido fáceis de realizar.
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Retrato é mostra de personalidade, e a personalidade infantil é labiríntica. Algo irracional, a criança tem amigos imaginários, inventa-se em universos utópicos ou enganosos. Pintá-la, é penetrar no seu espírito, nas suas inúmeras entidades.
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O século dezoito inglês foi o que mais se dedicou a este labor, seria seguido por toda a Europa. Antes, porém, Velásquez, Miguel Ângelo, Hans Holbein, Agnolo Bronzino, e tantos outros, haviam retratado os pequenos seres.
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Inicialmente, apenas a realeza e nobreza se podiam dar a este luxo, havendo depois a burguesia representado um cliente valoroso. Com o tempo, tal ensejo alargou-se a todas as classes sociais, sendo a criança abandonada e da rua uma personalidade que cativaria o artista.
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Agnolo Bronzino. Giovanni de Medici, 1549
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Thomas Gainsborough. Master John Truman-Villebois and his brother Henry, c. 1783
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Agnolo Bronzino. Bia, the Illegitimate Daughter of Cosimo I de Medici, 1542
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Friedrich von Amerling. A Fisherboy, 1830
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Anthony van Dyck. The Balbi Children, c 1625-1627
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Thomas Gainsborough. Master John Truman-Villebois and his brother Henry, c. 1783
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Agnolo Bronzino. Bia, the Illegitimate Daughter of Cosimo I de Medici, 1542
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Friedrich von Amerling. A Fisherboy, 1830
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Anthony van Dyck. The Balbi Children, c 1625-1627
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8 comments:
A sensibilidade e a criatividade dos autores como pintores de retratos, e as tuas como pintora de palavras.
Cor, frescura, brilhos intensos, sombras evanescentes, todos eles conjugados na doce harmonia das imagens e das palavras.
Gosto muito.
Abraço.
:) são deliciosos os rostos...
obrigada
parabêns, minha historiadora de arte. De facto, a criança autónoma é recente em termos históricos. As imagens aqui mostradas não expõem as crianças como acompanhantes de adultos, mas como indivíduos, dotados de carácter...e que beleza, na sua autonomia.
Um beijo
Que delicadeza!!!
Passando pra te dar um beijo!
saudades!
Mais momentos de puro deleite.
Teresa, admiro profundamente a tua sensibilidade para o Belo.
Um beijo
O desejo de excelente natal, Teresa na companhia dos que mais amas.
Um beijo
a arte é a beleza pura. será? ou estou enganada?
e um beijo para ti. sem engano.
B.
Lindo, lindo, lindo!!!
"Retrato é mostra de personalidade, e a personalidade infantil é labiríntica. (...) Pintá-la, é penetrar no seu espírito, nas suas inúmeras entidades".
!!!
Curioso... Sabes que senti falta de saber a idade das crianças retratadas?...
O que eu gostei de ver "este lado" do "retrato" das crianças!
Sim, porque há outros, claro. Claro! :-)
... Incompletos, sempre, sempre! :-)
Um beijinho pati!*
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