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do latim designo, vindo a dar desígnio, desenho implica a vontade de concretizar e cria uma ponte com o desejo. O desenho é o modo de transmitir o que vemos ou imaginamos, sem recorrer à palavra. Retém o necessário, rejeita o menos válido. É significar.
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A origem da arte consiste na percepção, na memória e na mimesis. A estética, palavra que surge apenas no séc. XVIII, enquanto reflexão sobre a arte existiu desde a Antiguidade.
Talvez possamos recuar bem mais atrás, e, se não podemos dizer que na pré-história existiam estetas, a estética não existe sem sensibilidade, e aí, os trabalhos pré-históricos realizados pelo Homo Sapiens dizem da sua percepção e dessa sensibilidade.
Mostram, ainda, que este possuía um sentido inato da volumetria, forma e cores e se regia por normas, ainda que apenas ditadas pelo funcional e utilitário, também pela afectividade.
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Imitando gestos e atitudes, esta arte figurativa será, porventura, uma primeira forma de teatro, uma arte que desconhecemos se terá existido também apenas pelo prazer ou se era constante a procura da magia, pois que, a par do realismo e simbolismo, a componente mágica parece sempre presente.
Nas cavernas, muitas delas santuários, representavam-se as boas caçadas a que se aspirava. Usando uma linguagem de gestos, a imitação do real era constante embora se menosprezassem os pormenores.
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Segundo Vitruvius (escritor, arquitecto e engenheiro romano, séc. I a.C), para quem as regras de simetria e proporção eram essenciais para o desenho arquitectural, a proporção é a correspondência entre as medidas das partes de um todo tendo como referência um ponto ou elemento, e daqui resultam os princípios de simetria.
Nos sécs. XV e XVI, os arquitectos italianos retomam as ideias de Vitruvius, formulando uma linguagem e vocabulário nos pressupostos de então. E o Homem Ideal de Leonardo da Vinci, baseado na concepção da forma do homem inscrita num círculo dentro de um quadrado, mais não faz do que seguir a teoria de Vitruvius quanto às proporções ideais por Leonardo equacionadas e relacionadas com fomas matemáticas e geométricas.
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.Nos sécs. XV e XVI, os arquitectos italianos retomam as ideias de Vitruvius, formulando uma linguagem e vocabulário nos pressupostos de então. E o Homem Ideal de Leonardo da Vinci, baseado na concepção da forma do homem inscrita num círculo dentro de um quadrado, mais não faz do que seguir a teoria de Vitruvius quanto às proporções ideais por Leonardo equacionadas e relacionadas com fomas matemáticas e geométricas.
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Observe-se o desenho abaixo, de Escher. Identifique as figuras que aí vê num primeiro olhar. Observe, em seguida, com mais atenção. Se seleccionou as imagens a negro, concentre-se, agora, no que seria o suposto fundo branco. Ou vice-versa.
Desenho e fundo mais não são do que duas entidades perceptivas, que o homem observa e distingue como entende, vendo o que quer ver, procurando-lhe os significados que precisa.
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Na ausência do cromático, é a gradação tonal claro/escuro, o “sfumatto”, a definirem a volumetria, o chão ou fundo onde o desenho se destaca.
Esboço ou croquis, suporte primeiro de muitas pinturas, ou desta arte independente; na sua génese, o desenho é traço, linha e ponto.
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Esboço ou croquis, suporte primeiro de muitas pinturas, ou desta arte independente; na sua génese, o desenho é traço, linha e ponto.
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Para a Gruta de Lascaux, a Capela Sistina da Pré-história, visite este site
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13 comments:
penso que os primeiros desenhos são arte ou magia conforme os estudiosos :))
mas na arquelogia é como na medicina: tudo o que se desconhece em vez de vírus é (re)ligião :)) (re.ligar)
Bom dia Teresa :)
Da religião ser a justificação elementar para os arqueólogos não sabia :) mas tem a sua razão sim.
O recurso aceitável que pode atravessar o tempo sem excessivas polémicas.
Uma boa semana!
Se leres o artigo que sugiro no meu post de hoje, parece-me ser um complemento ao que aqui colocaste. Gostei da definição de desejo inconsciente sem o uso da palavra.
Beijos, Teresa
olá teresamaremar!
desde muito cedo o homem primitivo encontrou no desenho uma forma de conquistar os seus sonhos, no desejo de os transformar em realidade... o tempo felizmente não apagou os seus traços.
traço, ponto e linha faz-me recordar os esboços desse pintor de Rivette que em "A Bela Impertinente", criou a sua obra-prima, para depois a esconder dos olhares mundanos.
Adoramos passar por aqui.
beijinhos
paula e rui lima
ponto.
traço.
bem traçado.
o desenho.
o leonardo.
e os teus parágrafos.
pois.
o sempre.
o método.
a inspiração.
o belo.
o beijo.
___________________
:)
Não há épocas para o Belo (traço) Perfeito.
Mas há uma (linha) de coerência e bom gosto neste blogue.
De que muito gosto (ponto)
"...Vem ver a Lua envergonhada
Tímida junto das estrelas surgir..."
Boa semana .
Parabéns por estes blogs, para os quais é necessário uma procura exaustiva e muito amor.
Parabéns por estes blogs, para os quais é necessário uma procura exaustiva e muito amor.
tu sabes das linhas e dos pontos cruzados no espaço. onde o canto é um surto de vírgulas e a imaginação um rasgo de traço.
beijo Teresa!
B.
Tenho estado ausente, e só com acesso rápido ao pc para publicar os comentários deixados.
Obrigada pelas vossas palavras.
Transcrição:
"do latim designo, vindo a dar desígnio, desenho
implica a vontade de concretizar e cria uma ponte com
o desejo. O desenho é o modo de transmitir o que
vemos ou imaginamos, sem recorrer à palavra. Retém
o necessário, rejeita o menos válido. É significar."
Uma ponte com o desejo
a imagem.
a celsa vontade
de concretizar
a rejeição do inválido
na retenção
do imprescindível.
sem sílabas
o sangue rubro
na cor válida
das tintas sábias.
Belos, como sempre, o discurso e a apresentação.
Transcrevo:
“(…) desenho implica a vontade de concretizar e cria uma ponte com o desejo.(…)”
Penso que poderíamos alargar este conceito à generalidade das imagens, inclusive as fotográficas. Teríamos, assim, que a imagem poderá ser a ponte sustentável – ou insustentável?! – que conduz ao desejo (“desejo” em toda a sua abrangência, ou seja, desde a simples aspiração ou ambição à mais complexa paixão).
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