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O final do séc. XIX início do XX assiste à mudança no mundo ocidental.
Os antigos cânones dão lugar a movimentos de vanguarda, que rompem com a tradição e com o mundo real e traduzem esse desejo de mudança. São um novo estar e uma nova linguagem que se reflectem nas diferentes expressões artísticas, pintura, música e literatura, áreas temáticas por excelência.
O relativismo e o incerto substituem o racionalismo e o absoluto, tendo como motores a relatividade de Einstein e a psicanálise de Freud.
São de vanguarda o Cubismo e o Abstraccionismo (disciplinados e racionais), o Fauvismo e o Surrealismo (emotivos e impulsivos) e outros que a par coexistiram.
.Os antigos cânones dão lugar a movimentos de vanguarda, que rompem com a tradição e com o mundo real e traduzem esse desejo de mudança. São um novo estar e uma nova linguagem que se reflectem nas diferentes expressões artísticas, pintura, música e literatura, áreas temáticas por excelência.
O relativismo e o incerto substituem o racionalismo e o absoluto, tendo como motores a relatividade de Einstein e a psicanálise de Freud.
São de vanguarda o Cubismo e o Abstraccionismo (disciplinados e racionais), o Fauvismo e o Surrealismo (emotivos e impulsivos) e outros que a par coexistiram.
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fauvismo (1905)
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O Fauvismo, movimento determinantemente francês, liderado por Matisse, é a primeira expressão vanguardista, rejeição do convencional. Aposta na cor expressiva e selvagem, agressiva até, solta e liberta, que se sobrepõe à forma cujos volumes distorce.
Apelidados de “feras” (les fauves), apropriaram-se desta designação. Falamos de Matisse, Maurice de Vlaminck, André Derain.
.Apelidados de “feras” (les fauves), apropriaram-se desta designação. Falamos de Matisse, Maurice de Vlaminck, André Derain.
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expressionismo (1905)
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Enquanto em França surge o Fauvismo, nasce na Alemanha (Dresden), com o grupo Die Brucke (A Ponte), o Expressionismo. É um grito de revolta e agressividade contra a moral excessiva que calava os estados de alma. Pintura de grande subjectividade, diz das emoções e, nas telas, deixa falar a angústia, a solidão, o desespero.
Kirchner, Rouault, Franz Marc, Max Beckmann, Otto Mueller, Emil, Nolde, Eduard Munch são os nomes mais sonantes.
Kirchner, Rouault, Franz Marc, Max Beckmann, Otto Mueller, Emil, Nolde, Eduard Munch são os nomes mais sonantes.
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Ernst Ludwig Kirchner. Potsdamer Platz, 1914
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Max Beckmann. Frauenbad Women's Bath, 1919
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Max Beckmann. Frauenbad Women's Bath, 1919
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cubismo (1907)
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Influenciado por Cezanne, Picasso pinta Les Demoiselles d’Avignon, considerada a primeira obra do Cubismo que, em oposição ao Fauvismo, apela à simplificação, decompondo os objectos em formas geométricas.
A cor é menosprezada em favor da forma e volume, procura de uma beleza que não a tradicional influenciado pela máscara africana e sua volumetria.
O cubista não pinta a realidade que vê, mas o que se não vê, embora exista enquanto forma estrutural subjacente ao real. Com a destruição da tradicional perspectiva, o Cubismo abre a porta ao Abstraccionismo.
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A cor é menosprezada em favor da forma e volume, procura de uma beleza que não a tradicional influenciado pela máscara africana e sua volumetria.
O cubista não pinta a realidade que vê, mas o que se não vê, embora exista enquanto forma estrutural subjacente ao real. Com a destruição da tradicional perspectiva, o Cubismo abre a porta ao Abstraccionismo.
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Pablo Picasso. Les Demoiselles d'Avignon, 1907.
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abstraccionismo (1910)
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abstraccionismo (1910)
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O traço e a cor em liberdade são as características do abstracto. Na origem do Abstraccionismo estão as telas de Kandinsky resultado das experiências expressionistas e cubistas. É a pintura completamente liberta da tradição e convenção, recusa do real e do visível.
O objecto dá lugar a linhas, cores e formas, belas ou não, composições onde o acessório se ausenta.
A Kandinsky juntam-se os nomes de Delaunay, Vieira da Silva e quase todos os cubistas.
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O objecto dá lugar a linhas, cores e formas, belas ou não, composições onde o acessório se ausenta.
A Kandinsky juntam-se os nomes de Delaunay, Vieira da Silva e quase todos os cubistas.
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futurismo (1909)
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futurismo (1909)
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O Futurismo surge com a publicação do I Manifesto Futurista de Marinetti, cântico da modernidade, movimento que se desenvolve em Itália na sucessão de outros manifestos do autor.
Rejeição do clássico e do tradicional, faz a apologia da tecnologia e da máquina, do ruído e do progresso. Parte do Cubismo, que rejeita, apresentando os objectos fragmentados em diferentes planos sobrepostos. A posterior identificação com o fascismo determina o seu enfraquecimento.
Umberto Boccioni, Gino Severini, Giacomo Balla são os artistas deste movimento.
Rejeição do clássico e do tradicional, faz a apologia da tecnologia e da máquina, do ruído e do progresso. Parte do Cubismo, que rejeita, apresentando os objectos fragmentados em diferentes planos sobrepostos. A posterior identificação com o fascismo determina o seu enfraquecimento.
Umberto Boccioni, Gino Severini, Giacomo Balla são os artistas deste movimento.
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dadaísmo (1916)
dadaísmo (1916)
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Tendo como ponto de partida outro poeta, o romeno Tristão Tzara, o Dadaísmo, ou movimento Dada, nasce na Suiça (Zurique). Retrata o desprezo pela violência e guerra, pelas regras sociais e pela arte em si, emprega o humor e o sarcasmo escarnecendo da expressão artística.
Negando os conceitos de arte e respectivas técnicas, o Movimento Dada faz da Antiarte a arte, elevando os objectos comuns a obras de arte.
Os nomes, Marcel Duchamp, André Breton, Hans Arp e Max Ernst.
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Negando os conceitos de arte e respectivas técnicas, o Movimento Dada faz da Antiarte a arte, elevando os objectos comuns a obras de arte.
Os nomes, Marcel Duchamp, André Breton, Hans Arp e Max Ernst.
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surrealismo (1914)
surrealismo (1914)
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O Surrealismo nasce na Suiça (Zurique), da influência do Movimento Dada, aquando do I Manifesto do Surrealismo de André Breton e sua cisão. Sequência do dadaísmo, a diferença consiste no vínculo que mantém com a doutrina de Freud.
Arte do irracional e do inconsciente, marcada pelos mundos onírico e da alucinação é a manifestação de arte mais individualista e o movimento mais inovador do pós-guerra.
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Arte do irracional e do inconsciente, marcada pelos mundos onírico e da alucinação é a manifestação de arte mais individualista e o movimento mais inovador do pós-guerra.
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Caracterizam-no duas tendências, a abstracta, reprodução do mundo metafísico e a figurativa, reconstrucção do imaginário segundo um pendor poético.
Yves Tanguy, Joan Miro e Giorgio Morandi fazem parte da primeira, Salvador Dali, René Magritte e Marc Chagall da segunda.
Yves Tanguy, Joan Miro e Giorgio Morandi fazem parte da primeira, Salvador Dali, René Magritte e Marc Chagall da segunda.
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21 comments:
Aprendi mais com a leitura atenta deste post do que em muitos anos de alguma atençaõ à Pintura.
As características principais de cada "movimento", a exemplificação com alguns quadros, a sua escolha, a bela capacidade de síntese.
Obrigado.
Parabéns!
Tão sábia, quão bela a descrição dos movimentos! Ajudada pela harmonia e serenidade do nocturno de Chopin.
Gosto de ler e “ouvir” os gritos de revolta dos movimentos que se insurgem contra os códices sociais e “legales” estabelecidos, contra a guerra, etc.
Vou fazer um copy & past para imprimir. Espero que não te importes.
Obrigado por mais esta lição desinteressada e gratuita.
Abraço.
o caminho é este. um instinto à solta a procurar o limite.
magnífico teresamar!
beijo
B.
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ando a correr e sem tempo, mas quiz passar por aqui.
o conhecimento e cultura (faço distinção entre os dois), que aqui encontro, encantam-me.
Um prazer, este post!
Bem mais que isso, mas muito, muito isso!!! :-)))
Vou "guardá-lo".
Adorei! Uma aula de História da Arte em poucos minutos e tão seguramente bem explicada! Quantas vezes lemos livros e livros do trabalho que aqui está postado e não conseguimos perceber!?!
Muito Bom! Mais que Excelente!! Muito Obrigada=)
Cheguei até aqui por sugestão de uma amiga. Parto de barriga cheia. Excelente aula de história de arte. Daquelas em que ficamos extasiados a ouvir o "mestre"!
Obrigada pela partilha, Teresa.
Teresamaremar,
Volto para reler e rever, e para te dizer que, desta vez, não sucedeu a coincidência verificada em Ítaca. :)
O teu nocturno de Chopin lembrou-me um post que um dia colocara num blogue há muito apagado, escrito precisamente na quietude nocturna, enquanto ouvia a composição musical. Por isso o coloquei no meu blogue, tal como o fizera antes.
De qualquer forma, o meu obrigado, pois se por aqui não tivesse passado há dias, provavelmente não ressuscitaria aquele humilde escrito.
Abraço.
excelente visita a este museu de belas artes....excelente, sempre excelente encontrar aqui Ernst Ludwig Kirchner e a sua Potsdamer Platz...
uma selecção perfeita de imagens que as "legendas" explicam e complementam de forma exemplarmente sucinta.
Um espaço deslumbrante o teu.
teresa,
gostei de todos os blogues. excelentes imagens também.
optei por deixar esmola neste, mas tenciono contribuir nos outros. assim, vou passeando...
ahh, conhecemo-nos do quarto de dormir (triliti), não é?? frioleiras?? isabel também conheço uma, não sei é se é a mesma (não confirmei e agora se confirmo perco estas linhas...). a "minha" escreve primorosamente.
abraço!
Obrigada Luís e Triliti pelas vossas visitas sempre simpáticas.
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Manuelinho
seja benvindo.
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Haddock
temo-nos cruzado sim, nuns espaços comuns.
Sorte a sua de ter uma Isabel que escreve primorosamente! Existe um cantinho dela também?
Grata pela visita.
Tomei a liberdade de linkar este espaço. espero ser perdoado.
Grato pela atenção.
"Soberba a feminina visão
Imagem que embebeda o coração"
Votos de continuação de uma boa semana .
belíssima telas. sempre que falo de um livro que li no meu blog eu escolho pintores e telas do país e próximas ao ano que o livro foi publicado. coloco na busca e descubro alguns pintores menos conhecidos, ou alguns que são menos mencionados. gosto bastante dessa dinâmica. beijos, pedrita
p e r f e i t a!
bravo!
ELISABETE CUNHA
gostei bastante do post. alguns movimentos eram-me conhecidos. o dadaísmo confesso que desconhecia por completo.
André Breton acompanhou o surrealismo. Imagino que tenha também atravessado outras fases antes de enveredar pela outra tal Miró que teve o seu período Fauvista
É sempre um prazer conhecer mais
Na respiração fresca do verão
que corre apressado para o equinócio
é bom vir aqui em bicos de pés ouvir Chopin
e reaprender os “ismos” de todos os módulos. :)
UM dos posts mais perfeitos de arte que ja li!!
maravilhoso!!
saudades amiga!
Voltei. Vim fazer revisões.
Porque muito esquece a quem não sabe.
E porque é mesmo um grande gosto! :-)
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